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Talvez com todas as bagunças que acontecem no governo atual
brasileiro, as pessoas não estão falando do Urubu que desceu nas previsões dos
maiores bancos internacionais, nas situação de aproximadamente 15% de todas as empresas
por todo o mundo que receberam o nome carinhoso de “Empresas Zumbis”.
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Para quem não acredita, colocarei algumas notícias das
últimas semanas de órgãos de imprensa representativo do capitalismo internacional
e algumas declarações de elementos chaves do capitalismo internacional e depois
comentarei.
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Do “The Guardian” em 25 de setembro de 2019: “Global
recession a serious danger in 2020, says UN.”
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Do “Financial Review” em 4 de outubro de 2019: “Rumblings of
global recession get louder.”
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Da “Bloomberg” em 12 de outubro de 2019: “Is the World
Economy Sliding Into First Recession Since 2009?”
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Do “Financial Times” em 13 de outubro de 2019: “Global
economy enters period of ‘synchronised stagnation’”
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Da “CNBC” em 16 de outubro de 2019: “‘Awfully high’ risks of
a global recession in the next 12-18 months, Moody’s chief economist says.”
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Da agência “Reuters” em 18 de outubro de 2019: “Global
economy slows, recession risk hangs in the balance: Kemp”
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Da “CNN” em 19 de outubro de 2019 (otimista): “Not all
recessions are a crisis, and the next one won't be as bad as 2008.”
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A única notícia otimista mesmo vem dos nossos “brilhantes”
operadores de mercado.
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Do Valor internacional da rede Globo em 15 de outubro de
2019: “Verde Asset’s Pedro Sales says Brazil recession talk is premature”.
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Nada melhor do que contar das sólidas análises dos nossos
operadores de mercado, que acham que o Brasil, independente de todo o mundo
resistirá solidamente a uma grande recessão!
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Mas deixando de lado a piada brasileira, que estamos nos
especializando em criar depois que Bolsonaro e Guedes assumiram a direção do
país, vamos aos fatos.
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A crise de 2008 não foi vencida, houve apenas um voo de
galinha nos Estados Unidos catapultado por uma redução de impostos de Trump,
que não poderá ser repetida pois depois de reduzir não há como reduzir mais sem
ter que lançar mão de artifícios monetários e aí é que vem o pior.
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Todas os Bancos Centrais das principais economias internacionais
estão trabalhando com taxas de juros praticamente muito próximas a zero ou
mesmo negativas em alguns países. Ou seja, a principal política monetária que é
usada pelas economias para evitar crises, ou mesmo para recuperar o país de
crises, que é baixar a taxa de juros, não tem o mínimo sentido, pois se
baixarem ainda mais, o pessoal ganha mais deixando o seu dinheiro debaixo do colchão.
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Mas o verdadeiro problema não está na taxa de juros, ou pior,
se mexerem na taxa de juros subindo um pouco mais o seu valor, uma enorme
quantidade de empresas denominadas “empresas Zumbis” (são zumbis, porque não conseguem
nem pagar os juros dos empréstimos baixíssimos que deveriam pagar.
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Os liberais diriam que as empresas zumbis deveriam falir
para dar espaço para as empresas mais produtivas, entretanto a falência destas
empresas levará a insolvência de bancos de segunda linha, que emprestam para
estas empresas, que por sua vez levará a falência dos bancos de primeira linha,
que cobrem os de segunda.
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Além do problema de um risco sistêmico de falência de todo o
sistema bancário, há o problema do desemprego. Segundo dados do BIS e de outros
grandes bancos privados, o número de empresas zumbis atinge algo em torno de
15% da economia internacional.
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Para quem acha que estou exagerando é só ler a notícia
divulgada pela “Reuters” há quatro dias: “IMF heightens warnings on corporate
debt following central bank cuts” (traduzindo para não dar trabalho: FMI
aumenta alertas sobre dívida corporativa após cortes do banco central), porém o
título não parece tão assustador, mas já uma parte do artigo mostra o buraco
que estamos: “O FMI alertou que 40% de toda a dívida corporativa nas
principais economias poderia ser considerada "em risco" em outra
crise global, superando os níveis observados durante a crise financeira de
2008-2009.”.
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Resumo da ópera, com a diminuição das taxas de juros, com a
contração esperada na economia, as empresas procurarão novos empréstimos e os
bancos só terão duas soluções, emprestar para pagar os juros dos empréstimos
anteriores ou simplesmente solicitar a falência.
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De novo, invocando os “fantásticos” liberais, podemos dizer
que vão falir um monte de lanchonetes ou empresas de fundo de quintal, porém
como escreveu a ousada analista Alexis Christoforous algum tempo (em 19 de
Julho de 2019) a IBM é uma empresa zumbi! (“IBM is a 'zombie company': Analyst”).
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Outro problema é que as empresas zumbis são geralmente
empresas de setores tradicionais, ou mesmo dentro de setores mais de ponta, são
as empresas ditas “laggards” (retardatárias), porém no últimos tempos até as “Leaders”,
expressa pelas “FAANGS” (Facebook, Apple e amiguinhas) começam a perder
velocidade. Mas mesmo contando com as “FAANGS” o setor das “laggards” e principalmente
as zumbis, que como não tem dinheiro ou não já são setores maduros e não
conseguem investir (ou não há investimento possível) em modernização e utilizam,
devido a isto, muita mão de obra. Em resumo, o estouro deverá ser monumental e
além de levar a insolvência de grandes empresas tradicionais, causará um
desemprego monumental no mundo.
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Mas por que os liberais e conservadores irão se ferrar com
tudo isto? Muito simples, eles estarão no comando das maiores economias do
mundo e assim como os governos de tendência de esquerda principalmente da
América Latina surfaram na onda das commodities a alto preço, a cava da onda será
para os liberais e conservadores.
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E mais, por mais que queiram ter vontade de vender seus
países, exceto as grandes máfias internacionais de entorpecentes terão algum
dinheiro para investir, e isto mesmo a preço de ocasião.
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(Quanto a qualificação da crise, como a maior das últimas
décadas, é outra longa explicação , pois esta pode ser uma das crises
derradeiras do capitalismo, mas isto é outra história).