As gerações de 60 e 70 não concordavam com o passado,
resistiram, lutaram e até de certa forma perderam. Não concordavam com o
passado, mas o conheciam, agora estamos noutro patamar, as gerações atuais, não
concordam, mas também não discordam, porque o passado para eles não existe.
As novas gerações possuem o twitter, o facebook e outros,
seguem o presente na ânsia de conhecer o futuro, mas esquecem que muito do
futuro depende do passado. Passado para muito da atual geração é algo que
ocorreu na semana passada, não no mês passado, nem muito menos no ano passado.
O imediatismo da comunicação, a quantidade de informações os
impede de se preocupar com o ocorrido há dez, vinte ou trinta anos, não há
tempo para verificar o que ocorre e muito menos o que ocorreu.
Segue-se ou curte-se, não se reflete! O importante é olhar a foto ou o assunto da
semana no seu facebook, nem os blogs de maior discussão estão prosperando.
Pedir para alguém refletir sobre o que
ocorreu na década de sessenta ou setenta é impossível.
Plastificou-se a história, o que existiu no passado é um
produto, um produto que é vendido processado, embalado e plastificado, uma visão
falsa, mas palatável aos gostos do grande público.
Não que a informação não existe, ela existe e cada vez mais,
e por mais paradoxo que seja, quanto mais informações existem, menos as pessoas
se informam.
Seres jurássicos e anacrônicos, velhos de barbas brancas
transitam por aí, poderiam estes, mesmo ultrapassados, numa verdadeira regressão
aos tempos da cultura meramente oral, informar o que ocorreu ou o que pensavam
os demais no passado. Porém, assim como as gerações de 60 e 70 não desejavam
seguir o caminho de seus antepassados, as gerações atuais não querem saber do
que passou, porque elas terão que nos próximos 15 minutos, seguir inúmeros
twitters e curtir um número maior de fotos.
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