No ano passado as grandes revistas de automobilismo nacional
fizeram sérias reportagens sobre a fragilidade dos carros nacionais demonstradas
nos testes de Crash promovidos pela Latin NCAP, esta instituição formada
da iniciativa conjunta da Federação Internacional do Automóvel (FIA), a
Fundação FIA, a Global New Car Assessment Programme (GNCAP), a Fundação Gonzalo
Rodríguez, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a International Consumer
Research & Testing (ICRT), tem por objetivo acabar por vários lados
o verdadeiro banho de sangue que é nosso trânsito tanto pela irresponsabilidade
de nossos motoristas como da PÉSSIMA QUALIDADE EM QUESTÃO DE SEGURANÇA dos
carros fabricados na América Latina.
Conforme David Ward, membro da Global NCAP, os modelos vendidos
na AL podem até ter o mesmo nome dos modelos vendidos na Europa e USA,
entretanto a maioria deles, quando é de venda exclusiva para oferecidos América
Latina estão 20 anos atrás dos europeus e norte-americanos. As palavras
textuais do secretário geral da Global NCAP foram: "Um dos problemas é que
hoje não existe uma normatização em relação à segurança. A exigência de airbag
e ABS a partir de 2014 é um começo. Mas as autoridades deveriam criar a
legislação e oferecer acesso à informação, para que a segurança seja mais
cobrada".
Importante notar que os modelos que tem sua comercialização
no Brasil e exterior (Europa e USA) são devidamente depenados de itens de
segurança como freios ABS e Air Bag, para ficarem mais acessíveis ao público.
Esta falácia é desmentida no momento que um carro completo (completo significa
um monte de itens supérfluos a segurança, mas indispensáveis aos “inteligentes”
compradores latino-americanos).
Ar condicionado, direção hidráulica, vido elétrico, rodas de
aro leve e outras bobagens, transformaram-se em definição de um carro “completo”,
AirBag e ABS são frescuras segundo alguns Airton Sennas de plantão.
Agora, além da irresponsabilidade das autoridades federais,
que para não perder um pouco do PIB devido uma provável e não confirmada perda
nas vendas, não aumenta os graus de exigência nas normas de segurança, temos
uma nova figura, o candidato a prefeito que quer acabar com multas por excesso
de velocidade.
A proposta deste IMBECIL (vou usar palavras fortes, porque
não há outra qualificação) é substituir as multas por educação. Provavelmente quando
passar um automóvel frente a uma escola com o dobro da velocidade permitida,
virá um agente de educação que solicitará gentilmente que o louco pare, e
durante alguns minutos falará sobre o perigo que ele está levando as
criancinhas.
Como o processo de educação é algo demorado, talvez lá pela
vigésima segunda vez que o motorista passe pela escola ele se convença que deva
ir mais devagar, talvez se tenha sorte que até lá ele não tenha matado alguém.
Se precisarmos alguma coisa neste país é de leis mais duras
e maiores punições, enquanto países com grau de escolaridade média o dobro ou
mais que o nosso e extremamente democráticos, colocam na cadeia infratores deste tipo, sem a mínima
rejeição pública, este candidato a prefeito procura na liberação do HOMICÍDIO por
atropeladores e outros tipos, achar um nicho eleitoral para sua campanha.
Escrevo este texto em homenagem aos meus dois maiores
amigos, que perderam a vida em acidentes de automóvel.
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