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A noção que muitos tem dos youtubers, ou seja, dos
produtores de conteúdo (vídeos) que são colocados na plataforma do Google, o
YouTube, é que são um bando de adolescentes cheio de espinhas que se divertem dizendo besteira e
fazendo micagens nos seus vídeos.
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Pois bem, estes youtubers que estão cada vez ficando mais
profissionalizados com equipes de redação, produção e outras tarefas, estão
sendo simplesmente sendo explorados pela plataforma da mesma forma que os
proletários do início da revolução industrial eram explorados pelos patrões. E
poderíamos dizer que até são ainda mais explorados do que seu companheiros dos
séculos passados, pois a plataforma YouTube muda suas regras conforme sua
vontade, não paga aos produtores de vídeos quando eles não observam regras que
eles mesmos não sabem quais são, ou seja, o capitalismo selvagem mais
escrachado dois últimos séculos.
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São milhões de produtores de conteúdo que se esmeram o
máximo possível para obter audiência e quando as obtêm vem a surpresa, a
chamada desmonetarização do vídeo. Ou seja, as plataformas como a citada
simplesmente recebem o dinheiro das propagandas que independente do conteúdo
são passadas durante o vídeo e o dinheiro entra na caixa da plataforma e nem é
pago um valor arbitrado pela própria plataforma. Quando o produtor entra com um
recurso, muitas horas depois, quando já passou o pique das visualizações o
vídeo é monitorizado, perdendo o produtor de conteúdo a maior parte das
migalhas que lhe são atribuídas.
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Na realidade produtores de conteúdo do YouTube é um exemplo
das novas formas de exploração do trabalho, o precariado. Se
denomina este tipo de trabalhador desta forma pois são como motoristas do UBER
ou outras picaretagens dominadas pelo Imperialismo Internacional, onde aqueles
que levam a parte do leão, são as megacorporações internacionais que
simplesmente disponibilizam um espaço para estocar seus filmes, ou no caso do
Uber, disponibilizam um aplicativo pelo qual os motoristas que são donos do
carro e da preciosa mão de obra deixam algo mais de 10% para que o motorista
simplesmente faça todo o trabalho e não tenha a mínima cobertura caso tiver
qualquer contratempo.
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Porém para inverter esta superexploração do trabalho a
poderosa organização sindical alemã da indústria siderúrgica, a IG Metall, se
unificou com uma organização incipiente dos Youtubers alemãs para exigir uma
série de reivindicações, com o seguinte comunicado:
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“Desativar
os bots – pelo menos os parceiros confirmados têm o direito de falar com uma
pessoa real se você planeja remover o canal deles.
Decisões de
conteúdo transparente – Abra a comunicação direta entre os censores
(“departamento de conteúdo”) e os Criadores.
Pague pelas
visualizações – pare de usar canais demonetizados como “isca” para anunciar
vídeos monetizados.
Pare a
desmonetização como um todo – se um vídeo estiver de acordo com suas regras,
permita anúncios em uma escala uniforme.
Tratamento
igual para todos os parceiros – Pare de preferir alguns criadores em vez de
outros. Não há mais “YouTube Preferred”.
Pague de
acordo com o valor fornecido – divulgue o dinheiro dos anúncios em todos os
YouTubers com base na retenção de público, não em anúncios ao lado do conteúdo.
Esclarecer
as regras – Traga regras claras com exemplos claros sobre o que é OK e o que é
um Não.
Estamos
Unidos!”
A função da IG Metall será de dar apoio logístico com seus
advogados para que se em um mês o YouTube não der solução, ou entrar em
negociações, eles entrarão na justiça contra o Google.
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Provavelmente a luta dos Youtubers terá apoio não só da IG
Metall, mas também de um setor que vem sendo prejudicado pelo crescimento das
plataformas digitais, o setor de comunicação centrado nos grandes jornais e
redes de TV, pois se grande parte das reivindicações tiverem êxito, os custos
da redes informatizadas subirá e com isto a concorrência será mais honesta, ou
seja, talvez mesmos os liberais, defensores do mercado, deem apoio a estas
reivindicações.
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Se os Youtubers tiverem sucesso, seguirão na mesma linha uma
série de profissões, como os motoristas e entregadores de Uber, que sofrem o
mesmo tipo de superexploração.
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Parece que esta notícia é a mais favorável ao trabalho nas
últimas décadas, ou seja, a organização sindical do precariado.
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