28 setembro 2019

Cuidado com a exposição nas redes sociais. Exemplo do JANOT.


A perda do pudor pelo uso intensivo da Internet dentro de suas bolhas leva a mudanças nos padrões sociais e políticos.
Hoje fomos surpreendidos pela revelação pública que um dos teoricamente responsáveis pela lei no Brasil, o Procurador Geral da República, por motivos fúteis, foi armado até o Supremo Tribunal Federal para assassinar um dos Ministros da Suprema Corte e posteriormente suicidar-se.

Se é verdade ou não a afirmação do desejo de um do representante dos cargos mais importantes da justiça brasileira é uma coisa irrelevante, se pensarmos em todos os crimes políticos ou mesmo passionais que ocorreram no Brasil e no resto do mundo, a declaração também não tem o mínimo impacto, porém se pensarmos que a publicidade que um ex-procurador geral da República dá aos seus instintos de homicida e de suicida temos que refletir sobre o que ocorre nos dias de hoje.

Ao meu juízo, vejo somente que comportamentos que há séculos se via em crianças ou mesmo há dez ou mais anos se via em adolescentes que chegaram a se suicidar on-line ou de psicopatas que gravam vídeos indicando que matarão pessoas para depois mata-los, podemos dizer que os freios morais e o pudor de revelar seus piores instintos chegaram ao ponto de infantilizar os adultos, tanto os de baixo nível intelectual, como o do ocupante da cadeira da Presidência da República como de pessoas que teoricamente passaram por crivos de concursos públicos, que teoricamente teriam que ser pessoas adultas e equilibradas.

Crimes políticos tanto ou muito mais escandalosos já foram executados por pessoas físicas ou Estados, porém estes crimes jamais eram reconhecidos como tal e alguns Estados negaram durante décadas ou mesmo continuam negando por séculos até que algum pesquisador ache no meio de um lixo de papeis ache provas irrefutáveis dos crimes do passado.
Essa mudança de comportamento do pudor das pessoas e dos Estados, começa a cair a tal ponto do presidente norte-americano declarar numa rede social iria bombardear um país, ação esta que teria fortes chances de degenerar um conflito a nível planetário que teria milhões (ou mesmo bilhões) de mortes.

Não podemos esquecer que os suicídios publicitados e apresentados on-line começaram a ser feito por adolescentes ou jovens adultos há mais ou menos dez anos, ou seja, pessoas que na época tinham em torno de vinte anos e CURTIRAM estes fatos deploráveis são “adultos” de trinta anos nos dias de hoje.

Porém não são somente os jovens que estão se desnudando ao máximo declarando em público os seus instintos mais básicos e negativos nas redes sociais e em qualquer divulgação pública, como a imprensa escrita e outras mídias mais tradicionais. Senhores e senhoras de idade avançada também entraram na direção da completa perda de pudor. As mídias como TV e rádio, que a cinquenta anos na época da semana santa não colocavam música profana no ar em respeito a uma religiosidade, que poderia ser cínica e falsa, era respeitado pelos produtores das emissoras. Estes comportamentos pudicos e extremamente cínicos eram feitos devido ao medo da reação de parte do público, fiel ou falsamente fiel. Porém as mesmas emissoras permitem que alguém chegue ao limite de declarar em público que uma menina de dezesseis anos está fazendo determinada coisa simplesmente por falta de sexo.

O fenômeno de deterioração do pudor talvez possa ser explicado pelo uso das chamadas redes sociais em que num primeiro momento as pessoas publicam todos as suas compulsões e seus desejos mais básicos primeiro para uma pequena bolha de que são chamados os “amigos”, como um sinônimo de status social tanto para adolescentes impúberes até para velhos “ligados na moderna Internet” é o número de “amigos”, logo o limite entre os antigos confidentes do passado que ouviam diretamente estes sentimentos básicos e despudorados é ampliado para uma imensa quantidade de “seguidores”, ou seja, há um sentimento de empoderamento (palavra nova na língua corrente) dos que possuem milhares ou mesmo milhões de seguidores.

Outro problema é a diferença entre aqueles que vivem do seu número de “seguidores”, “amigos” ou mesmo inscritos nas suas redes sociais e as tratam profissionalmente como uma fonte de renda e de sustento. A não profissionalização destes “profissionais marrons” das redes sociais, confundindo a profissionalização com o amadorismo, geralmente levam os mesmos a crises de depressão e mais outros problemas psicológicos. Aqueles que tratam profissionalmente as redes sociais como fonte de renda, e teriam uma superexposição podem fugir destes problemas selecionando o que é trabalho profissional do que é expressão de seus sentimentos sem filtro. O pior de tudo ocorre com aqueles que não tem o hábito de publicar em redes sociais como trabalho, mas publicam nestas o seu trabalho e seus sentimentos, ou seja, é o inverso da profissionalização da divulgação pública de o que querem que seja divulgado por interesse profissional e o que por compulsão publicam seus pensamentos.

A distância entre a publicidade profissional e o desnudamento sem pudor é tênue e sutil, e à medida que se perde o referencial de onde termina um e começa o outro, os horrores dos velados crimes do passado, são explicitados sem pudor.

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