Algo que está ficando claro na política nacional é que a popularidade
do governo Bolsonaro está em queda livre e é possível se dar conta que não há
nenhuma solução para aparar a queda do governo. O motivo não são as bobagens
que Bolsonaro diz nos seus pronunciamentos, pois essas são consideradas como
algo folclórico e mais inócuos e neutros quanto ao fator mais importante na sustentação
de qualquer governo, a economia.
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Nos Estados Unidos, sendo um país muito mais sensível a
posições escatológicas de seus governantes, Trump periodicamente emite opiniões
politicamente incorretas que são combatidas por todo o mainstream mediático
desde os grandes jornais as emissoras de TV, exceto a Fox News, porém como a
economia norte-americana até o início de 2019 dava aparente sinais de
recuperação, havendo uma diminuição de desemprego real que ainda não chegou ao
ponto de haver uma recuperação dos salários anteriores a crise de 2008.
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No Brasil a situação é completamente inversa, a economia
está simplesmente não dando o mínimo resultado e cada vez mais economistas que são
liberais e ligados ao grande capital estão dizendo algo que seria considerado um
disparate quando falado por eles mesmo.
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As opções de política internacional de aliança incondicional
com os Estados Unidos e Israel, isola o país de todos os países que os
parceiros que produzem superávit na nossa balança, no caso de um conflito com o
Irã, ou mesmo sem este cenário mais traumático, levará uma crise nas exportações
sem que os USA abra qualquer mercado ao país e Israel por ter um consumo de
produtos brasileiros extremamente limitado resultará numa queda maior da economia.
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Da mesma forma, num cenário recessivo internacional, que
está sendo previsto pelos grandes banqueiros do mundo, pegará toda a economia brasileiras
de calça na mão, sem mercado interno, pagando para que refinem o nosso petróleo
e mande como óleo diesel e gasolina, muitas vezes mais cara do que o barril de
petróleo que deu origem a estes combustíveis, pagando em dólar a compra de
aviões da Embraer e ainda o mais notável, pagando royalties para a energia
elétrica produzida pelas nossas barragens que já tiveram todo o investimento já
amortizado e estão funcionando a décadas.
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A partir de todas estas considerações e mais algumas dezenas
que poderia colocar na lista, a situação econômica no fim do ano e em 2020
tende a se deteriorar ainda mais, tornando as condições de vida de 95% da população
brasileira insuportáveis. Com tudo isto a popularidade real de Bolsonaro cairá
em torno dos famosos 8% que por muitos é considerado um limite de
sustentabilidade do governo.
Fazer um processo de Impeachment de Bolsonaro, que já tem
vários motivos para ser feito, levará Mourão ao poder que será considerado uma
continuidade do desastre, logo nem os 8% ele terá. Uma anulação das eleições
será impossível, salvo que imensas massas saiam as ruas. Qual seria a forma mais safada de sair desta crise de
governabilidade? Um atentado a vida de Bolsonaro, mas desta vez exitoso.
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Mas qual seria a vantagem? Simples, criaria um verdadeiro
caos nacional e se poderia jogar nas costas da esquerda esta ação. Com o
tumulto se jogaria não só o atentado nas costas da esquerda, mas também se
lançaria nas mesmas costas largas a crise econômica, apesar de tanto uma como a
outra hipótese serem totalmente absurdas, porém, assim como o Incêndio do Reichstag
em 27 de fevereiro de 1933 que serviu para Hitler fechar completamente o regime
e iniciar o horror que foi o nazismo até 1945, dando o poder absoluto para o
Führer.
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Esta hipótese tem dois grandes problemas, quando Hitler
assume o poder, a Alemanha já vinha se recuperando da recessão de 1929 e Hitler
fez uma política econômica de privatização da economia alemã, com uma enorme
diferença do que é a brasileira, esta política favorecia o Capital Alemão e não
o Capital Internacional. O segundo problema é que a popularidade de Hitler não
estava em baixa, enquanto a de Bolsonaro está, logo um ataque contra o
presidente será lido mais como uma benesse para a imensa parte da população do
que um crime e o tiro sairá pela culatra.
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Apesar do risco, a insanidade das pessoas que cercam Bolsonaro
e a loucura do Guru da Virgínia é imensa, logo não podemos descartar este
cenário, pois quanto mais ele for divulgado menor serão as chances de ele
ocorrer e para os bolsonaristas de raiz pelo menos o seu líder permanecerá vivo,
mesmo que derrubado do governo.
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Acho que Bolsonaro e aqueles que estão mais
próximos (emocionalmente, não no governo) preferem que ele seja derrubado sem
sua morte do que um avião ou um helicóptero sendo derrubado com ele dentro! E apesar de eu não ter nenhuma proximidade do atual presidente da república prefiro a derrubada no sentido figurado e não literal.
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